Foi esta a exigente proposta que 76
alunos aceitaram ao participar no Concurso
«Da Imagem ao Texto», concurso com larga tradição na Escola Inês de Castro e que este ano se estendeu, pela primeira
vez, a todo o Agrupamento de Escolas
Coimbra Oeste.
Na tarde do dia 4 de junho, 30
alunos do escalão A (2.º Ciclo), 29 alunos do escalão B (3.º Ciclo) e 17 alunos
do escalão C (Secundário) escreveram os seus textos, inspirando-se nesta
imagem:
Pela generosidade com que
quiseram partilhar o seu olhar, a sua sensibilidade e a sua criatividade, todos
os participantes merecem o nosso aplauso.
Deixamos aqui o registo dos textos premiados nos
diferentes escalões.
Muitos parabéns a todos!
CONCURSO «DA IMAGEM AO TEXTO» 2014
1.º Prémio
2.º Ciclo
2.º Ciclo
Era uma vez uma montanha
Tão alta, tão alta
Que furava as nuvens,
Que rompia o céu,
Que vista do chão
Não tinha medida…
Era uma vez um, dois, três
alpinistas
Que a tentavam superar,
Mas desistiam daquela que era
“A Montanha Impossível de
Escalar”!
Era uma vez uma casa
Com uma boia no dorso
E era nessa montanha
Que se desenhava o seu rosto.
Era uma vez uma gota,
Duas gotas, tantas gotas de
chuva,
Que devoravam pessoas,
Que escondiam casas,
Que engoliam montanhas…
Era uma vez uma rocha
Que carregava uma casa às
costas
E que era tão alta, tão alta,
Que furava a água salgada,
Que rompia o oceano,
Que vista do fundo do mar
Não tinha medida…
Catarina Pina, 6.º D
EB 2.3
de Inês de Castro
CONCURSO «DA IMAGEM AO TEXTO» 2014
2.º Prémio
2.º Ciclo
Vivia numa casa
Ao pé de uma floresta,
Um velho senhor,
Chamado Francisco Sesta.
O senhor,
Ninguém conhecia,
Pois daquela casa,
Ele nunca saía.
Ele tinha um problema,
De casa não conseguia sair,
Pois, se abrisse a porta e um
passo desse,
Para o rio iria cair.
Ele não tinha canoa,
Para de lá sair,
Mas também não sabia nadar.
Que grande azar!
Num dia de verão,
Ao longe, pessoas avistou,
Tentou chamá-las,
Mas nele ninguém reparou…
Por isso, desde então,
Passados vários anos,
De casa tenta sair,
E, como nunca ninguém reparou
nele,
Ele decidiu desistir!
Por isso, desde então,
Ele vive amargurado,
Porque o seu sonho
Não foi realizado.
Vive, então, o velho,
Sozinho na floresta densa,
Sempre muito descansado,
Para não perder a paciência…
Mas, passado algum tempo,
O velho senhor, num sono
profundo, entrou,
E esta história foi um
passarinho
Que, ao meu ouvido, me
contou…
Miguel Moura, 5.º D
EB 2.3 de
Taveiro
CONCURSO «DA IMAGEM AO TEXTO» 2014
3.º Prémio
2.º Ciclo
A
velha história de Elásio
Quando eu era pequenina, o meu avô
contava-me a velha história de Elásio e começava assim:
- Há muitos anos atrás, no rio Nilo, um
marinheiro chamado Elásio e os seus companheiros sofreram um grande naufrágio.
Morreram todos, só Elásio ficou vivo, embora ferido e com um braço partido.–
dizia o meu avô.
- E mais, e mais?! – perguntava-lhe eu
cheia de curiosidade.
- Passados alguns dias do naufrágio, Elásio
encontrou uma rocha, que tinha uma caixa em cima. Como ele era curioso, foi lá
ver o que é que a caixa tinha.
- E… o que é que a caixa tinha?! –
perguntei cada vez mais curiosa.
- A caixa tinha ferramentas, madeira como a
dos barcos, vidro e tijolos. Como ele queria um lugar para dormir, pensou em
esvaziar a caixa e deitar as coisas ao rio; mas não, ele decidiu construir uma
casa. Porém, como tinha um braço partido, demorou uma década sempre a
trabalhar. – continuava o meu avô.
- E mais?! Ele ficou bem?! A casa era
bonita?! – perguntava eu ao meu avô, querendo uma resposta.
- Tem calma. – respondeu-me – Bem… Voltemos
à história: Elásio estava contente por ter uma casa bonita e agradável, ter
água para beber, ter um pátio feito de pedras… Só faltava a comida para comer.
Então, num dia, decidiu ir à caça. – continuou o meu avô.
- No dia seguinte, Elásio foi à caça, mas,
quando ia para atravessar o rio, uma lampreia deu-lhe um choque, e, como estava
fraco, morreu. Então, Elásio boiava nas águas profundas do rio Nilo. Durante a
noite, como a lama dele estava cheia de magia, o milagre aconteceu: Elásio
sobreviveu com a magia da alma. – disse o meu avô.
- Como é que isso é possível?! – perguntava
ao meu avô, indignada.
- Tudo é possível se acreditares em ti. Mas
o mais importante e impressionante é que Elásio ainda está vivo e sobrevive a
tudo. Neste momento, ele tem 1128 anos. – explicava-me, com esperança.
- Então, esta é que é a velha história de
Elásio?! E depois, e depois?!
Juliana Lopes, 6.º C
EB 2.3
de Inês de Castro
CONCURSO «DA IMAGEM AO TEXTO» 2014
1.º Prémio
3.º
Ciclo
Pequena casa, pequeno coração
As águas fluem do ventre desconhecido, serena e suavemente. O vento
bate nessas pequenas dádivas, criando algo indescritível, sem palavras nem
números.
Altas árvores retiram a luz do
sol ao meu corpo, sobrando só a sombra amigável. Os meus caracóis saltam com
leveza, sem pressa, sem medo, sem entendimento. O ar, agora, com a magia da
química, é vapor saindo dos meus pulmões e desaparecendo no espaço.
Corro a pensar no nada, no que
existiu e no que não existirá mais. Mesmo sendo o nada, é tudo, tão cheio de
tudo. Lágrimas salgadas insistem em mostrar-se ao mundo e abrir aquela pequena
porta de madeira vermelha. As silvas roçam na minha pele de porcelana, pronta a
rasgar-se a qualquer momento. Até dói sentir a minha pele, mas nada se compara
àquele pedaço de alma levado de mim.
Uma luz se avista, numa visão desfocada: vejo aquela casa de
madeira, de amor, uma casa simples. Os meus pulmões suplicam por ar. Deixo a gravidade
atrair-me contra a terra húmida, num abraço meio incerto.
Levantei-me e corri para a água.
Como era fresca! O meu porto de abrigo, meu coração, meu nada. Uma
figura, sem ser figura, deslumbrava-se aos meus olhos. As minhas retinas já não
aguentavam mais conter tudo aquilo (desculpem a expressão, mas tudo e nada são
nada e tudo).
Agora, linhas invisíveis uniam-se num abraço, nesta cena que nunca
aconteceu, que não haverá de acontecer.
Pequena casa, pequeno coração…
EB 2.3 de Inês de Castro
CONCURSO «DA IMAGEM AO TEXTO» 2014
2.º Prémio
3.º
Ciclo
O segredo da aldeia
Era um sítio calmo e silencioso. O rio iluminava a pequena aldeia
onde tudo acontecia. As suas águas eram claras, azuis e brilhantes. Era um
sítio ideal para pescar e passar uma tarde tranquila, pois o som das águas era
uma espécie de música para os ouvidos.
A única coisa estranha, porém,
que se via naquele rio era uma casa muito pequenina, pousada sobre uma rocha
escura que se expandia dia para dia.
As pessoas pensavam que aquela casa surgira do fundo do rio.
De lá não saía ninguém, mas os objetos que se avistavam no seu
exterior davam algumas pistas para a descoberta da pessoa que a habitava.
Alguns pensavam que era um aventureiro apaixonado por canoagem, outros diziam
que era um pescador ou que seria um nadador-salvador.
Pontos de interrogação enchiam as mentes dos moradores da aldeia e
todos os dias surgiam novas explicações…
Numa tarde, porém, tudo mudou. Saiu do interior da casa uma menina
loura, de lindos olhos azuis, que saltou para a água. Mal mergulhou, apareceu
uma barbatana.
Era uma sereia!
O segredo da aldeia fora finalmente descoberto!
Daniela Silva, 7.º B
EB 2.3 de Inês de Castro
CONCURSO «DA IMAGEM AO TEXTO» 2014
3.º Prémio
3.º
Ciclo
Melhores amigos para sempre!
Era uma vez um rapaz que vivia
isolado de todo o mundo. Esse rapaz chamava-se Francisco e tinha uma casa num
lago, no cimo de uma montanha.
Ele próprio tinha feito a sua
casa. A casa era feita de madeira e tinha uma varanda onde ele passava as
tardes a falar com o seu melhor amigo, um simples peixe, que se chamava Bolhas.
Nos verões quentes, estava
sempre a nadar com o seu companheiro, a explorar todos os recantos do lago e, à
noite, tocava numa guitarra também feita por ele.
No inverno, Francisco colocava
Bolhas num aquário que tinha encontrado numa das margens do rio, para poderem
conversar. Passavam horas a falar da paixoneta de Bolhas. Bolhas estava
apaixonado por uma belíssima carpa com escamas que brilhavam quando raios de
sol sobre elas incidiam.
Muitas vezes Francisco passeava
pelo lago com a sua canoa, sempre acompanhado pelo seu fiel amigo.
Um dia, Bolhas ficou preso numas
algas do fundo do lago. Francisco começou a ficar preocupado e foi procurá-lo.
Quando o encontrou, Bolhas já estava muito fraco, com uma expressão de morte.
Francisco levou-o e cuidou dele até ele ficar bom. Bolhas não sabia como lhe
agradecer.
Numa manhã de verão, Francisco
foi nadar para o lago e, não sabendo, nadou em direção a um fundão, começando a
ficar sem ar. Bolhas conseguiu salvá-lo a tempo. Francisco ficou muito grato.
Muitos anos depois, Bolhas, já
muito velho, faleceu e Francisco ficou triste, mas acreditou que Bolhas estava
num sítio melhor.
Esta é a história de dois amigos
que ficaram juntos até à morte, vivendo muitas aventuras pelo meio. A amizade é
das melhores coisas que nos pode acontecer, por isso é melhor não desperdiçar
essa oportunidade.
António Páscoa, 7.º A
EB 2.3 de Inês de Castro
CONCURSO «DA IMAGEM AO TEXTO» 2014
SECUNDÁRIO
Terra minha
1º Prémio
Lar, terra minha,
onde nasci,
Onde a chuva tem
cheiro e o vento canta.
O lugar mais
bonito que já vi.
Esta terra, tudo
o que eu sempre quisera:
Ventos selvagens,
infindáveis colinas,
Tudo coberto de
amarelo de primavera.
Lugar onde nasci
e de que sempre gostarei,
Lugar mágico que
me pertence,
Lugar para onde
sempre voltarei.
Terra que me viu
nascer,
Que me protege e
sempre protegeu,
Terra que um dia
me verá morrer.
A minha alma
permanecerá aqui,
Todos os
sorrisos, todas as lágrimas, as minhas memórias,
Tudo pertence ao
lugar onde nasci.
Inês Amado Duarte, 11.º A
E.S. D. Duarte
O desgosto
2º Prémio
Um
pescador, solitário,
Pelas
margens caminhava,
Procurando
o local perfeito
Para
construir a sua casa.
Uma
pequena casa bastou,
Naquele
belo lugar,
Agora
só lhe faltava
Uma
mulher para namorar.
Todos
os dias ia ao mercado
Para
vender o seu material,
E
conheceu uma varina
Que
logo achou especial:
Era
bela e tinha uma voz delicada
E
os seus olhos verdes brilhavam mais que uma esmeralda.
Amigos
se tornaram
E
todos os dias se falavam
E
o que como uma amizade começou
Num
grande amor se tornou.
Meses
depois, decidido, ele se declarou
Mas
com a resposta recebida
O
seu mundo se desmoronou.
E
o jovem pescador
Com
o seu coração partido,
Ficou
a saber
Que
o seu amor já tinha marido.
O
amor foi desaparecendo
E
a sua vida escurecendo.
Nunca
mais quis amar
Pois
não queria, mais uma vez, ver o seu mundo desmoronar.
Sozinho
viveu.
Triste
morreu.
Este
solitário pescador
Que
nunca encontrou o amor.
Tiago Menezes, 11.º A
E.S. D. Duarte
A
mensagem do avô
3º
Prémio
Numa
cidade bastante frenética, vivia um rapaz com a sua extensa família. De olhos
claros como a água, o seu cabelo negro fazia o contraste perfeito, contribuindo
para a sua imagem misteriosa.
Vivendo
no constante mistério da sua personalidade, apesar da sua família numerosa, o
rapaz sentia-se extremamente sozinho.
Um
dia, numa manhã de nevoeiro, o rapaz decidiu ir nadar. No entanto, nesse dia, a
água tinha um aspeto diferente: a corrente estava calma, a água tépida e
translúcida como nunca se encontrara.
O
rapaz mergulhou e começou a nadar…primeiro, de uma forma descontraída, mas,
após alguns movimentos, os seus membros ganharam uma força tremenda e ele
próprio não conseguia parar. Pensava que seria uma manifestação normal da
quebra de stress, na única maravilha
natural que ele considerava existir naquela cidade de máscaras. Contudo, acabou
por perceber que aqueles movimentos já não dependiam só dele e de que havia
algo a empurrá-lo. A questão era: para onde?
Por
fim, parou. Sentiu as suas pernas a tremer, os braços a descair e, quando
pensava que a fadiga o ia vencer, viu-se a escorregar numa enorme pedra escura.
Assustou-se.
Nunca
ali tinha estado… nunca tinha nadado tanto… nunca se tinha afastado tanto da
sua residência, mas, apesar de não saber onde estava e de se sentir um pouco
tonto, uma coisa ele sabia: estava muito longe de casa!
Olhou
à sua volta e contemplou a paisagem: a água estava ainda mais translúcida,
ainda mais calma, a cor dos seus olhos condizia, na perfeição, com as
maravilhas que constituíam aquele local desconhecido e, por sinal, deslumbrante.
Não se ouvia nem um pequenino ruído. Estava tão distraído que ainda não tinha
reparado que se encontrava precisamente debaixo de uma casa, construída e
misteriosamente segura no cume de uma pedra, como se qualquer lugar servisse
para ela.
Contrariando
o seu espírito pouco social e aventureiro, imediatamente decidiu entrar.
Escalou
a pedra e abriu a porta da casa que se encontrava apenas fechada no trinque.
Estava
tudo escuro. O rapaz dirigiu-se para as janelas, abriu todas as cortinas e aí,
sim, quando já era possível ver tudo, surpreendeu-se: a casa estava toda limpa
e arrumada, como se alguém a tivesse acabado de cuidar há menos de dois dias. A
pequena porta que dava acesso à varanda encontrava-se entreaberta e a
curiosidade do rapaz não tinha limites.
Dirigiu-se
à varanda e sentiu uma brisa diferente no seu rosto. Estava cansado, confuso e
sentia agora um ligeiro frio. Olhou para o lado e viu duas cadeiras e uma mesa
de madeira branca posta, com duas chávenas e um bule de café. Ao lado, estava
um bilhete que dizia:
«Como
eu sempre entendi essa tua vontade de desaparecer daquela cidade onde a luz e a
cor artificial se sobrepõem à expressão dos nossos sentimentos (sempre fomos
bastante parecidos!), deixo-te esta pequena casa para que cuides dela e cuides
de ti! Para fazeres dela o teu refúgio, para construíres aqui a tua vida, se
assim o entenderes… pois a grandeza não está na construção, mas sim no amor com
que foi feita e para quem foi feita. É que o amor deve ser partilhado para ser
vivido em plenitude.
Estarei
sempre aqui até ao dia em que tiveres companhia para beberes este café, e aí
ficarei com a certeza de que és feliz!
Com
amor,
Avô»
Maria
Rodrigues, 12.º B
E.S. D. Duarte
Menção
honrosa
Foi num dia de grande
nevoeiro que decidiu ir ver o rio, ver a água, que se apresentava com uma
corrente muito forte, devido ao vento. Estava um dia bastante assustador.
Estava
triste, não me andava a correr nada bem a vida e, desde há uns tempos que me
dava para fazer coisas estranhas, perigosas.
Foi
então que, no meio daquele nevoeiro todo, vi algo de bonito, algo que nunca
tinha visto antes: era uma casa feita em madeira, no meio do rio.
Que
coisa maravilhosa!
O
vento cada vez mais forte, a corrente cada vez mais violenta, tudo aquilo me
despertou entusiasmo, queria mesmo ver o que estava naquela casinha linda que
nunca tinha visto, pois era a primeira vez que ia olhar o rio para aquela
margem.
Foi
num instante que cheguei a casa e fiz um pequeno barco em madeira, achando que seria
o suficiente para me fazer passar da margem até ao meio do rio.
Remei,
remei, remei… estava a tornar-se difícil, a corrente não ajudava, o nevoeiro
não permitia a visibilidade e já nem sabia para onde me dirigia.
Tudo
o que mais queria, naquele momento, era chegar à casa!
Quando
tudo parecia estar a correr minimamente bem, foi quando reparei que havia um
furo, pequenino, mas que, contrariamente ao seu tamanho, me assustou imenso.
Deixei de me preocupar com o furo durante breves minutos e remei, remei e
continuei a remar…
Foi
o tempo suficiente para a água tapar o fundo do barco.
Oh!
Meu Deus! Não queria desistir por nada e assim continuei.
Maldito
furo! Mas um tronco fez-me mais um furo no barco. A água começava a entrar agora
de uma maneira mais abundante e muito rapidamente, o que me deixou ainda mais
assustada.
Não
tinha outra hipótese a não ser saltar do barco que se estava a afundar.
Mas
nada estava perdido: a minha vida era horrível, não tinha ninguém e não ia
desistir.
Saltei
do barco e nadei por poucos minutos, mas era quase impossível nadar contra a
corrente.
Estava
muito cansada, com fome, sem forças e sentia-me bastante fraca, mas, de
repente, uma tábua de madeira apareceu-me à frente. Agarrei-me a ela e dei aos
pés para me deslocar, sem saber em que direção ia, pois o nevoeiro estava cada
vez pior.
Foram
longas horas sem comer e sem conseguir chegar àquela maldita casa, o que me
estava a deixar exausta.
Adormeci
no meio do rio, porque foi mais forte do que eu. Quando acordei, estava
encostada a algo muito duro e que parecia não ter fim.
Cheguei
à conclusão de que era uma pedra, ou melhor, que era a pedra! Era a pedra que
servia de base à casa. Que maravilha! Tinha conseguido!
Comecei
a chamar por alguém, pensando eu que estaria alguém, mas nada… Ninguém me veio
ajudar, como de costume.
Subi
a pedra, pois esta era mais baixa de um dos lados e entrei na casa.
Fiquei
pasmada! Toda equipada e tudo tão arrumado que parecia que alguém ali tinha
estado há pouco tempo.
Deixei-me
estar, comi e deitei-me um pouco.
Fui
acordada por um nadador-salvador bastante bonito, que me perguntou logo se
estava magoada. Como é possível? Estava na casa dele e ele não me mandava dali
para fora? O facto é que não me expulsou e que me deixou ficar com ele. Ambos
éramos novos, não tínhamos nada a perder.
Contei-lhe
tudo: como tinha chegado até ali e como tinha sido a minha vida.
Com
o passar do tempo, fomos ficando mais próximos e… Pronto, minha querida neta,
foi assim que eu e o teu avô nos conhecemos.
Raquel
Pinto, 11.º B
E.S. D.
Duarte
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