quinta-feira, dezembro 24, 2020

BOAS FESTAS!

 

Trabalho realizado pelo aluno T. R. do 5.º D



Pormenor de um trabalho realizado pelo aluno G. C. do 5.º B





segunda-feira, dezembro 21, 2020

«VAMOS VIVER O NATAL»

 

Muito obrigada a todos os alunos e professores que participaram no desafio «VAMOS VIVER O NATAL», iniciativa promovida pela Biblioteca Municipal de Coimbra em articulação com as escolas do concelho de Coimbra integradas na Rede de Bibliotecas Escolares.

Numa 1.ª Fase, entre os inúmeros trabalhos apresentados a concurso, foram selecionados os seguintes para representarem o Agrupamento de Escolas Coimbra Oeste:



2.º CICLO


J. G. | 5.º A

Baseado na leitura do conto Certa Noite, num Estábulo..., de Guido Visconti





M. S. | 5.º C

Baseado na leitura do conto Certa Noite, num Estábulo..., de Guido Visconti





R. S. | 6.º A

Baseado na leitura do conto Certa Noite, num Estábulo..., de Guido Visconti





3.º CICLO


O. K. | 7.º D

Baseado na leitura do texto, de autor desconhecido, Lenda da Vela de Natal






B. N. | 8.º A

Baseado na leitura do texto, de autor desconhecido, Lenda da Vela de Natal




F. S. | 8.º A

Baseado na leitura do texto, de autor desconhecido, Lenda da Vela de Natal





Numa 2.ª Fase do Concurso, coube ao Júri a difícil tarefa de selecionar os trabalhos vencedores (três por nível de ensino), entre os trabalhos representantes de todas as escolas e agrupamentos do concelho de Coimbra.


E os resultados não poderiam ter sido mais gratificantes!


QUATRO trabalhos do nosso Agrupamento (dois do 2.º Ciclo e dois do 3.º Ciclo) foram VENCEDORES!



2.º CICLO


M. S. | 5.º C



R. S | 6.º A



3.º CICLO


O. K. | 7.º D


B. N. | 8.º A




MUITOS, MUITOS PARABÉNS A TODOS!

FELIZ NATAL e BOAS LEITURAS!





NOTA

Por uma feliz coincidência, muito recentemente, o conhecido escritor João Pedro Mésseder escreveu o seguinte:



LENDA DA VELA DE NATAL

04/12/2020


"Queres ouvir uma lenda de Natal antiga? Pois bem, vou contar-ta por palavras minhas. Ora escuta:


Morava num casebre um certo sapateiro; era no cruzamento de dois caminhos, não longe de uma aldeia pobre e triste. Nesse tempo, as pessoas ainda usavam velas e candeeiros a petróleo para se alumiarem, e lenha para se aquecerem e cozinharem.

Apesar de pobre, o sapateiro era homem bom e amigo de auxiliar quem precisasse. Por isso gostava de ajudar os viajantes que por ali passavam quando já era escuro, deixando todas as noites, na janela da sua casita, uma vela acesa, de modo a guiá-los. E, mesmo doente e às vezes com fome, o pobre homem nunca deixou de acender a vela, ajudando assim as pessoas a não se perderem.

Até que o rei e os homens mais poderosos do país entraram em guerra com os do país vizinho. E, com isto, todos os jovens da aldeia tiveram de partir, para combater no exército do seu rei, deixando a aldeia ainda mais triste e desgraçada.

Passaram meses, senão anos, e os habitantes do país, como acontece sempre que há guerras, viviam com privações e dificuldades cada vez maiores. Mães e pais, mulheres e noivas sofriam com a ausência dos seus filhos, maridos ou noivos. E não foram poucas as famílias que perderam os seus jovens na guerra.

Vendo a persistência do pobre sapateiro, que mesmo naqueles tempos duros e difíceis continuava a viver a sua vida com esperança e um coração bondoso, os habitantes da aldeia resolveram imitá-lo e, certa noite, precisamente na véspera de Natal, todos acenderam uma vela nas janelas das suas casas, iluminando assim toda a povoação. Como que por encanto, pela meia-noite os sinos da igreja começaram a soar ininterruptamente, anunciando a boa nova: a guerra terminara e os jovens regressavam enfim a casa!

Mulheres e homens puseram-se a gritar: “É milagre! O milagre das velas!”.

E é por isso, reza a lenda, que, a partir desse dia, acender uma vela na véspera de Natal se tornou tradição em muitos povos da Terra."


Texto inédito do escritor João Pedro Mésseder





terça-feira, dezembro 15, 2020

E DAS FOLHAS FIZEMOS HISTÓRIAS - III

 

Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião


A FÁBULA DO 5.º C

 

 

Naquele mar de águas tépidas e cristalinas, peixes de todas as cores nadavam entre algas, corais e anémonas.

Num dia normal, aconteceu uma coisa terrível…

Um peixe minúsculo chocou com um peixe enorme, que lhe gritou, zangado:


- Sai do meu caminho, minorca! Se não desapareces, devoro-te!


- Desculpa... - gaguejou o peixinho.


Tempos mais tarde, o nosso peixinho voltou a encontrar o peixe grande, só que, desta vez, este estava a chorar, preso numa rede.


- Calma, não te preocupes! – sossegou-o o peixinho. – Vou chamar o meu cardume e todos juntos vamos morder essa rede que te está a prender.


E assim foi. O peixe grande, envergonhado, agradeceu, pediu desculpa e perguntou se podiam ser amigos.


- Claro que sim! – responderam, em coro, todos os peixinhos minúsculos.

 


MORAL DA HISTÓRIA:


Lá por seres pequeno, não quer dizer que não faças coisas em grande!

 

 

Texto coletivo elaborado pelos alunos do 5.º C

Oficina de escrita dinamizada pela Biblioteca Escolar

15/12/2020


Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião





quarta-feira, dezembro 02, 2020

E DAS FOLHAS FIZEMOS HISTÓRIAS - II

 


E as fábulas continuam a nascer...



Trabalho realizado pela professora Raquel Sebastião



O GATO, o RATO e o PEIXE


Era uma vez um gato que era o animal de estimação de uma das famílias mais ricas da cidade e o gato mais falado entre os gatos de todo o mundo. Diziam que ele tinha uma casa do tamanho de uma garagem, que comia da melhor comida e que os donos contratavam empregadas só para tratarem dele e lhe darem tudo o que ele queria.

Um dia, quando passeava com a sua “ama”, ouviu alguém rir e falar de dentro dos esgotos e perguntou a um gato que por lá passava:

- Olá, tu conheces aqueles que se estão a rir e a falar ali em baixo?

- Sim, mas tu não és aquele gato rico e famoso?

- Sim, sou eu…

- É que eu tenho um gatinho com 8 meses que te adora e queria conhecer ou simplesmente ter um autógrafo!

- Eu qualquer dia venho visitar-te a ti e ao teu filho, mas agora só te dou o autógrafo e a seguir vou descobrir o que passa ali em baixo.

- Fico muito agradecido! Eu acho que são o rato e o peixe.

- Um peixe nos esgotos?

- Sim, a família de humanos abandonou-o…

Quando o gato entrou nos esgotos, encontrou um peixe e um rato muito felizes. Então decidiu chamá-los para fazer um desafio.

- Eu sei que as coisas neste beco são difíceis, mas eu tenho uma proposta de um desafio que será uma corrida, num sítio à vossa escolha.

- À nossa escolha? - perguntaram em coro o peixe e o rato. - Pode ser aqui?

- Então, vai ser neste local, daqui a um mês e o prémio será viver na minha casa! - decidiu o gato famoso.

E um mês se passou. Cada um treinou à sua maneira, menos o gato que, apesar de ser rico e famoso, era gordo e preguiçoso.

Finalmente chegou o dia da corrida. O rato de um lado, o gato do outro e o peixe na água do esgoto. O peixe e o rato foram a corrida inteira à mesma velocidade, deixando o gato bem para trás. No final, deu empate entre o peixe e o rato. Então, como prometido, foram morar para casa do gato famoso e viveram amigos para sempre.


Não julgues os outros pelo tamanho ou riqueza!


A. D. | 5.º A

Trabalho realizado pela professora Raquel Sebastião





Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião





















O PATO e o CISNE



Num lago viviam um pato e um cisne com as suas respetivas famílias. 

O pato era um pato comum, castanho e branco. O cisne era de um branco celestial a que ninguém ficava indiferente. O pato era humilde e amigo de todos, estava sempre rodeado de outros animais. O cisne era lindíssimo e sabia disso, por isso era vaidoso e achava-se melhor que os outros animais que não eram tão belos como ele. 

O cisne estava sempre só e não entendia como é que os outros animais preferiam a companhia daquele pato vulgar e sem graça à companhia de um ser tão belo como ele. Por isso decidiu ir ter com o pato real, chefe do lago, e perguntar-lhe:

- Chefe, o que se passa de errado com estes animais que preferem estar com o pato sem graça a estarem perto de alguém tão belo como eu?

O chefe respondeu calmamente:

- Pobre cisne de coração vazio, ainda não aprendeste que a beleza de nada vale se o coração não for aberto aos outros? O pato é divertido, simpático e amigo de todos, ao contrário de ti.


MORAL da HISTÓRIA: Um amigo mede-se pelo tamanho do coração e não pelo tamanho da beleza.


G. C. | 5.º A


Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião





quinta-feira, novembro 26, 2020

E DAS FOLHAS FIZEMOS HISTÓRIAS...

 


Trabalho realizado pela professora Raquel Sebastião

As FÁBULAS «A Cigarra e a Formiga», «O Leão e o Rato», «A Raposa e a Cegonha», «A Lebre e a Tartaruga», «O Burro carregado de Sal e o Burro carregado de esponjas», «O Corvo e a Raposa» são bem conhecidas de todos os alunos do 5.º ano, agora que acabaram de as estudar nas aulas da disciplina de Português.

O que os alunos não sabiam era que, enquanto afanosamente se dedicavam a trabalhar estes textos nas suas aulas, a equipa da Biblioteca preparava uma surpresa para todos…

Ora acontece que, entusiasmada com a avaliação muito positiva da exposição «Encontrar o Outono nas Folhas das Árvores... e dos Livros» que, generosamente, muitos lhe quiseram fazer chegar, a equipa da Biblioteca continuou a «caçar inutilidades», isto é, a colecionar folhas de outono, e a Professora Raquel a fazer trabalhos assombrosos, agora com um pedido muito especial e verdadeiramente desafiante: que das folhas nascessem animais!

E não é que nasceram mesmo?!!...


Trabalho realizado pela professora Raquel Sebastião


Trabalho realizado pela professora Raquel Sebastião


A partir destes belos animais, que os alunos adoraram, a equipa da Biblioteca dinamizou Oficinas de Escrita e, no final de uma animadíssima, exigente e muito trabalhosa sessão, os alunos do 5.º D tinham criado, coletivamente, esta fabulosa fábula:



A NOSSA FÁBULA

 

No tempo em que os animais falavam e não havia poluição, começava um novo dia. O sol brilhava num céu limpo, os pássaros chilreavam e o dia chegava mais colorido.

– Ah! Hoje o meu pelo está tão sedoso! – suspirava a raposa.

Estava a raposa entretida nestes pensamentos, quando se aproxima um ouriço.

 – O que é que um ser feio e espinhoso como tu faz numa floresta tão bela quanto eu?

 – Os meus espinhos são úteis para me defender dos predadores! – explicou o ouriço.

Passados uns dias, a nossa raposa saltitava pela floresta em busca de comida. Nisto, é avistada por um caçador…

 – Bingo! Aquela é uma raposa com um pelo muito belo, magnífico! Vai valer uma fortuna!

O caçador faz pontaria e…

 – Ui! Ai! Ui! – gritou o caçador agarrando-se ao pé e falhando o tiro.

O ouriço afastou-se, sentindo-se vitorioso e feliz. A raposa fugiu a sete pés, mas ainda ouviu uma gralha grasnar:

– Raposa, não julgues os outros pela aparência!

 

25/11/2020


TEXTO COLETIVO ELABORADO PELO 5.º D


OFICINA DE ESCRITA DINAMIZADA PELA BIBLIOTECA ESCOLAR 






E da OFICINA de ESCRITA com os alunos do 5.º A nasceram muitos textos...

Vamos começar por divulgar estas pequeninas maravilhas:




Trabalho realizado pela professora Raquel Sebastião


OS PINTAINHOS COZINHEIROS


Estavam dois pintainhos na sua casa, quando decidiram visitar uma cegonha que era famosa por ser muito alta e ter um bico muito comprido. Quando chegaram lá, perguntaram:

 – Olá, cegonha, o que estás a fazer?

– Estou a fazer uma sopa – respondeu a cegonha.

– Que giro, podemos fazer também?

– Vocês? Mas vocês nem ao caldeirão chegam! – exclamou a cegonha, soltando gargalhadas.

– Pois, mas se pusermos aqui um banquinho, tu vais querer comer esta sopa até ela acabar!

– Hum, então está bem, eu desafio-vos para um concurso de culinária!

– Desafio aceite! – exclamaram os pintainhos ao mesmo tempo.

Como a cegonha tem um bico muito comprido, desajeitou-se e acabou por deitar demasiado sal. Quando chegou a hora de provar a sopa, os elementos do júri afirmaram, com toda a certeza, que a melhor sopa era a dos pintainhos. 

A cegonha, é claro, ficou de boca aberta… Bom, de “bico aberto”!


Moral da história: Não julgues os outros pela aparência.


F. L. | 5.º A






Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião


O LEÃO e a CEGONHA


Era uma vez um leão que vivia na selva. Ele era o rei dos animais e um dos seus súbditos era a cegonha.

Numa manhã de primavera, o leão disse à cegonha:

- Vai ao local onde pastam as zebras para as informar das novas leis!

A cegonha achava que ele era muito exigente, pois estava sempre a mandá-la para aqui e para ali. Um certo dia, decidiu elogiá-lo muito...

O leão gostou tanto de ouvir os elogios que só conseguia pensar nisso, deixando de cuidar do seu reino e passando a ser o leão mais vaidoso, preguiçoso e comilão da selva. A selva ficou uma confusão, porque não havia ninguém para liderar os animais.

Enquanto preguiçava, o leão lembrou-se do que a mãe lhe costumava dizer:

- Meu filho, nunca deixes de dar o teu melhor!

Foi assim que o leão percebeu que não devia dar ouvidos ao elogio e decidiu retomar o reino da selva.


Não se esqueçam, não se deixem levar pelos elogios…


C. F. | 5.º A







Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião


O ELEFANTE e o PINTAINHO


Estava uma belo dia de sol e um pintainho andava a passear até que chocou contra um elefante.

Esse elefante virou-se para trás e disse:

- Vê por onde andas, pequenote!

- Desculpa…

- Como é que um animal tão pequeno pode ter sentimentos?

- Claro que tenho, sou igual a ti, mas mais pequeno!

- Pois, eu sei… Tão pequeno que não serves para nada.

Passados alguns dias, o pintainho deparou-se com o elefante. Ia para falar com ele, mas ficaram os dois presos numa armadilha. O pintainho, como era pequeno, conseguiu escapar, mas o elefante não. Então suplicou:

- Por favor, ajuda-me, não consigo sair!

- Não te devia ajudar, porque disseste que eu não servia para nada, mas… é sempre bom ajudar!

O pintainho ajudou-o e o elefante pediu desculpa.


Moral da história: não devemos gozar com os outros pelo seu tamanho e aspeto.


T. B | 5.º A







Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião

O LOBO e a RAPOSA


Era uma vez, no tempo em que os animais falavam, um aldeão que foi à pesca e apanhou muito peixe. Uma raposa muito matreira viu o peixe e, quando o homem não estava a olhar, roubou-o.

A raposa, depois de ter o seu petisco, foi para os arbustos comer, muito contente. Um lobo, que andava à procura de comida porque estava muito frio e tinha muita fome, viu a raposa a comer e perguntou muito espantado:

- Como é que conseguiste tanto peixe?

- Fui ao rio, coloquei a cauda na água e esperei – disse a raposa, muito orgulhosa…

Então o lobo fez o mesmo. Foi ao rio, pôs a cauda na água e esperou, esperou, mas nada aconteceu.

Pouco tempo depois, uns aldeões apareceram para afugentar o lobo. Ele estava com muito medo porque a cauda tinha congelado no rio e, pobre do lobo, ficou sem cauda.

Já a raposa foi a casa de um aldeão para roubar um pouco de pão ainda por cozer e pôs na cabeça, como se fosse uma ferida muito grande.

Depois voltaram a encontrar-se, o lobo sem cauda e a raposa com uma ferida a fingir:

- Lobinho, meu amigo, leva-me até casa, porque tenho uma ferida muito grande, como podes ver! – exclamou a raposa, baixando a cabeça. - Lobinho, meu amigo, ajuda-me!

O lobo, não se apercebendo de que era tudo mentira, fez o que a raposa lhe pediu e lá foram, o lobo sem cauda e a raposa nas suas costas a lambuzar-se toda com a massa do pão.


Não caias no conto do vigário, porque não sabes o que pode acontecer!


V. B. | 5.º A








Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião

LIVRES e DOMESTICADOS


Um dia, andava um cão perdido na floresta, porque tinha fugido de casa. Queria encontrar alguém que o conseguisse ajudar, mas ninguém conseguia, pois não sabiam onde era a sua casa. Até que encontrou um leão que lhe perguntou:

- O que é que se passa?

- Estou perdido. Ajudas-me?

- É óbvio que não. Ninguém te mandou sair de tua casa sem estares preparado para enfrentar qualquer obstáculo.

Entretanto, apareceu o dono do cão que andava à sua procura e lhe deu uma salsicha fresca à frente do leão, que exclamou:

- Sortudo! Tens comida para comer!

- É uma vantagem de ser um animal doméstico – esclareceu o cão.

O cão foi-se embora com o dono e o leão virou costas e foi brincar.

Quando o leão chegou ao pé do melhor amigo, perguntou:

- Queres brincar comigo?

- Não, porque foi muito feio aquilo que disseste àquele cão salsicha.

O leão foi ter com a mãe, que também tinha visto aquela cena, e ela disse:

- Como toda a gente sabe, todos têm os mesmos direitos; por isso, toma este bocado de carne.


Independentemente de sermos diferentes, temos todos os mesmos direitos.


C. T e J. G. | 5.º A






quarta-feira, novembro 11, 2020

«Doce e modesta, a castanha»




«[...] Mas o fruto dos frutos, o único que ao mesmo tempo alimenta e simboliza, cai dumas árvores altas, imensas, centenárias, que, puras como vestais, parecem encarnar a virgindade da própria paisagem. 
Só em novembro as agita uma inquietação funda, dolorosa, que as faz lançar ao chão lágrimas que são ouriços. Abrindo-as, essas lágrimas eriçadas de espinhos deixam ver numa cama fofa a maravilha singular de que falo, tão desafetada que até no próprio nome é doce e modesta – a castanha.
Assada, no S. Martinho, serve de lastro à prova do vinho novo. Cozida, no janeiro glacial, aquece as mãos e a boca de pobres e ricos. Crua, engorda os porcos, com a vossa licença.[...]»


Miguel Torga, Um Reino Maravilhoso (1941)












quinta-feira, novembro 05, 2020

Encontrar o outono nas folhas das árvores… e dos livros

 




No início de setembro, J. Tolentino Mendonça publicou um assombroso texto, no qual, a dado passo, nos conta que, graças à luminosa orientação da sua professora, num dos primeiros anos de escola, “encontrar o outono nas folhas” se tornara para ele “uma tarefa pessoal importantíssima e depressa aquelas folhas amareladas e vermelhas, como se fixassem em si uma labareda, vieram a ser a [sua] primeira coleção, para desconcerto dos [seus] irmãos e primos, que seguiam com ironia e desespero aquele [seu] súbito arrebatamento de caçador de inutilidades.”

Inspirada pelo poderoso exemplo que Tolentino Mendonça nos dá no seu texto, a equipa da biblioteca, consciente do enorme privilégio que é trabalhar numa escola rodeada de árvores e de cor, qual “caçadora de inutilidades”, procurou, também ela, encontrar o outono nas folhas das árvores… e dos livros.

Nestes tempos agrestes e cinzentos que vivemos, quisemos partilhar com todos a nossa vontade de CELEBRAR A VIDA, HONRANDO A NATUREZA.



Clicar sobre as fotos
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião


Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião

Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião


Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião
                                          









Leia o poema aqui.














Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião



                                                      





 Leia o poema
 aqui.     



Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião

Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião


Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião


Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião





Leia o poema aqui.
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião

Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião













segunda-feira, outubro 26, 2020

Aprender a «Ouvir o Olhar»

 

Rapariga com brinco de pérolaVermeer | POA Estudio


Quando, no atual contexto de máscaras e medos, mudanças e distâncias, os alunos são convidados a refletir sobre a enorme importância de saudavelmente aprendermos todos a “ouvir o olhar” dos outros (apropriando-nos das prodigiosas palavras de Fernando Pessoa), os resultados são surpreendentes e dignos de registo…


 Aqui ficam apenas alguns exemplos, hoje, Dia Internacional das Bibliotecas Escolares, lembrando-nos a todos que estes novos tempos que vivemos nos exigem, cada vez mais, que sejamos bons leitores do mundo.




«Uns tempos antes do início das aulas, corriam rumores de que seria obrigatório o uso de máscara. Diziam que teríamos de a utilizar sempre, a não ser que estivéssemos a comer…

Questionei-me a mim mesmo sobre como é que conseguiria ler as expressões faciais dos meus professores, sabendo que a máscara ocupa a cara toda, menos os olhos.

Estes rumores chegaram à minha avó que me disse, sábia e tranquilamente, que eu teria de aprender a famosa técnica de “ouvir o olhar”.»

 

 


«Era o primeiro dia de aulas e tinha entrado uma nova aluna na turma.

Antes de entrar na primeira aula, tentei falar-lhe, mas ela afastou-se, todas as vezes. Toda a gente parecia achá-la muito estranha, pois ainda não tinha dirigido uma palavra a ninguém durante toda a manhã.

Já na hora do almoço, decidi tentar outra vez. Fui-me sentar ao pé dela, para ver se conseguia arrancar-lhe alguma coisa.

Depois de me ouvir, pacientemente, levantou-se e, antes de ir embora, disse-me:

- Em vez de falar, eu prefiro ouvir o olhar

 

 


«Pois é, meus filhos, não sei se sabem, mas, no longínquo ano de 2020, quando eu tinha apenas 14 anos, houve uma pandemia, a “Covid-19”. Matou milhares de pessoas e, para baixar as probabilidades de infetarmos ou sermos infetados por outros, tínhamos de usar máscara.

No início, foi-me muito difícil entender a expressão das pessoas ou perceber aquilo que diziam, mas habituei-me…

Felizmente, a pandemia trouxe-me algo muito importante: como só podíamos ver os olhos das pessoas, com o tempo, aprendi a ouvir o olhar. E, acreditem, sabermos como as pessoas se sentem, sem que elas tenham de o dizer, é muito vantajoso…»




terça-feira, outubro 20, 2020

"O que hoje não sabemos, amanhã saberemos" (Garcia de Orta, 1563)


Museu da Farmácia (Lisboa) | Pedro Loureiro

Máscara da Peste Negra

«No século XIV, a Europa conheceu uma das doenças que mais marcou a história da humanidade, afetando milhões de pessoas em todo o continente: a peste negra. 

A peste negra, numa primeira fase, era transmitida através dos ratos e das pulgas infetadas, que propagavam a doença quando entravam em contacto com os seres humanos. Numa segunda fase, passa a ser transmitida por espirros e tosse, o que potenciou a sua capacidade de transmissão, levando esta pandemia a dezenas de milhões de pessoas, ao redor do mundo. 

Embora a primeira pandemia da peste negra na Europa date do século XIV, será apenas no século XVII que um médico francês, Charles de Lorme, vai criar um traje para o médico da peste negra. Esta peça de vestuário caracterizava-se por um manto preto, que cobria todo o corpo de forma a proteger aqueles que o vestissem. A cabeça era coberta com uma máscara negra que tinha a particularidade de ter um bico no qual eram colocadas ervas aromáticas misturadas com palha. Este composto tinha a finalidade de filtrar os odores fétidos da peste negra, evitando a contaminação do médico, segundo a teoria miasmática. [...]»

 Manuel Valente Alves 
Academia Nacional de Medicina de Portugal

in Revista de Ciência Elementar
    V8/03. Setembro 2020. Casa das Ciências