Trabalho realizado pelo aluno T. R. do 5.º D |
Pormenor de um trabalho realizado pelo aluno G. C. do 5.º B |
Escola Básica 2,3 de Inês de Castro, Coimbra
Muito obrigada a todos os alunos e professores que participaram no desafio «VAMOS VIVER O NATAL», iniciativa promovida pela Biblioteca Municipal de Coimbra em articulação com as escolas do concelho de Coimbra integradas na Rede de Bibliotecas Escolares.
Numa 1.ª Fase, entre os inúmeros trabalhos apresentados a concurso, foram selecionados os seguintes para representarem o Agrupamento de Escolas Coimbra Oeste:
2.º CICLO
J. G. | 5.º A Baseado na leitura do conto Certa Noite, num Estábulo..., de Guido Visconti |
M. S. | 5.º C Baseado na leitura do conto Certa Noite, num Estábulo..., de Guido Visconti |
R. S. | 6.º A Baseado na leitura do conto Certa Noite, num Estábulo..., de Guido Visconti |
B. N. | 8.º A Baseado na leitura do texto, de autor desconhecido, Lenda da Vela de Natal |
F. S. | 8.º A Baseado na leitura do texto, de autor desconhecido, Lenda da Vela de Natal |
Numa 2.ª Fase do Concurso, coube ao Júri a difícil tarefa de selecionar os trabalhos vencedores (três por nível de ensino), entre os trabalhos representantes de todas as escolas e agrupamentos do concelho de Coimbra.
E os resultados não poderiam ter sido mais gratificantes!
QUATRO trabalhos do nosso Agrupamento (dois do 2.º Ciclo e dois do 3.º Ciclo) foram VENCEDORES!
2.º CICLO
M. S. | 5.º C |
R. S | 6.º A |
O. K. | 7.º D |
B. N. | 8.º A |
Por uma feliz coincidência, muito recentemente, o conhecido escritor João Pedro Mésseder escreveu o seguinte:
"Queres ouvir uma lenda de Natal antiga? Pois bem, vou contar-ta por palavras minhas. Ora escuta:
Morava num casebre um certo sapateiro; era no cruzamento de dois caminhos, não longe de uma aldeia pobre e triste. Nesse tempo, as pessoas ainda usavam velas e candeeiros a petróleo para se alumiarem, e lenha para se aquecerem e cozinharem.
Apesar de pobre, o sapateiro era homem bom e amigo de auxiliar quem precisasse. Por isso gostava de ajudar os viajantes que por ali passavam quando já era escuro, deixando todas as noites, na janela da sua casita, uma vela acesa, de modo a guiá-los. E, mesmo doente e às vezes com fome, o pobre homem nunca deixou de acender a vela, ajudando assim as pessoas a não se perderem.
Até que o rei e os homens mais poderosos do país entraram em guerra com os do país vizinho. E, com isto, todos os jovens da aldeia tiveram de partir, para combater no exército do seu rei, deixando a aldeia ainda mais triste e desgraçada.
Passaram meses, senão anos, e os habitantes do país, como acontece sempre que há guerras, viviam com privações e dificuldades cada vez maiores. Mães e pais, mulheres e noivas sofriam com a ausência dos seus filhos, maridos ou noivos. E não foram poucas as famílias que perderam os seus jovens na guerra.
Vendo a persistência do pobre sapateiro, que mesmo naqueles tempos duros e difíceis continuava a viver a sua vida com esperança e um coração bondoso, os habitantes da aldeia resolveram imitá-lo e, certa noite, precisamente na véspera de Natal, todos acenderam uma vela nas janelas das suas casas, iluminando assim toda a povoação. Como que por encanto, pela meia-noite os sinos da igreja começaram a soar ininterruptamente, anunciando a boa nova: a guerra terminara e os jovens regressavam enfim a casa!
Mulheres e homens puseram-se a gritar: “É milagre! O milagre das velas!”.
E é por isso, reza a lenda, que, a partir desse dia, acender uma vela na véspera de Natal se tornou tradição em muitos povos da Terra."
Texto inédito do escritor João Pedro Mésseder
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião |
A FÁBULA DO 5.º C
Naquele mar de águas tépidas e
cristalinas, peixes de todas as cores nadavam entre algas, corais e anémonas.
Num dia normal, aconteceu uma
coisa terrível…
Um peixe minúsculo chocou com um
peixe enorme, que lhe gritou, zangado:
- Sai do meu caminho, minorca! Se
não desapareces, devoro-te!
- Desculpa... - gaguejou o peixinho.
Tempos mais tarde, o nosso
peixinho voltou a encontrar o peixe grande, só que, desta vez, este estava a
chorar, preso numa rede.
- Calma, não te preocupes! – sossegou-o
o peixinho. – Vou chamar o meu cardume e todos juntos vamos morder essa rede
que te está a prender.
E assim foi. O peixe grande,
envergonhado, agradeceu, pediu desculpa e perguntou se podiam ser amigos.
- Claro que sim! – responderam,
em coro, todos os peixinhos minúsculos.
MORAL DA HISTÓRIA:
Lá por seres pequeno, não quer dizer que não faças coisas em grande!
Texto coletivo elaborado pelos alunos do 5.º C
Oficina de escrita dinamizada pela Biblioteca Escolar
15/12/2020
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião |
E as fábulas continuam a nascer...
Trabalho realizado pela professora Raquel Sebastião |
Era uma vez um gato que era o animal de estimação de uma das famílias mais ricas da cidade e o gato mais falado entre os gatos de todo o mundo. Diziam que ele tinha uma casa do tamanho de uma garagem, que comia da melhor comida e que os donos contratavam empregadas só para tratarem dele e lhe darem tudo o que ele queria.
Um dia, quando passeava com a sua “ama”, ouviu alguém rir e falar de dentro dos esgotos e perguntou a um gato que por lá passava:
- Olá, tu conheces aqueles que se estão a rir e a falar ali em baixo?
- Sim, mas tu não és aquele gato rico e famoso?
- Sim, sou eu…
- É que eu tenho um gatinho com 8 meses que te adora e queria conhecer ou simplesmente ter um autógrafo!
- Eu qualquer dia venho visitar-te a ti e ao teu filho, mas agora só te dou o autógrafo e a seguir vou descobrir o que passa ali em baixo.
- Fico muito agradecido! Eu acho que são o rato e o peixe.
- Um peixe nos esgotos?
- Sim, a família de humanos abandonou-o…
Quando o gato entrou nos esgotos, encontrou um peixe e um rato muito felizes. Então decidiu chamá-los para fazer um desafio.
- Eu sei que as coisas neste beco são difíceis, mas eu tenho uma proposta de um desafio que será uma corrida, num sítio à vossa escolha.
- À nossa escolha? - perguntaram em coro o peixe e o rato. - Pode ser aqui?
- Então, vai ser neste local, daqui a um mês e o prémio será viver na minha casa! - decidiu o gato famoso.
E um mês se passou. Cada um treinou à sua maneira, menos o gato que, apesar de ser rico e famoso, era gordo e preguiçoso.
Finalmente chegou o dia da corrida. O rato de um lado, o gato do outro e o peixe na água do esgoto. O peixe e o rato foram a corrida inteira à mesma velocidade, deixando o gato bem para trás. No final, deu empate entre o peixe e o rato. Então, como prometido, foram morar para casa do gato famoso e viveram amigos para sempre.
Não julgues os outros pelo tamanho ou riqueza!
A. D. | 5.º A
Trabalho realizado pela professora Raquel Sebastião |
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião |
O PATO e o CISNE
Num lago viviam um pato e um cisne com as suas respetivas famílias.
O pato era um pato comum, castanho e branco. O cisne era de um branco celestial a que ninguém ficava indiferente. O pato era humilde e amigo de todos, estava sempre rodeado de outros animais. O cisne era lindíssimo e sabia disso, por isso era vaidoso e achava-se melhor que os outros animais que não eram tão belos como ele.
O cisne estava sempre só e não entendia como é que os outros animais preferiam a companhia daquele pato vulgar e sem graça à companhia de um ser tão belo como ele. Por isso decidiu ir ter com o pato real, chefe do lago, e perguntar-lhe:
- Chefe, o que se passa de errado com estes animais que preferem estar com o pato sem graça a estarem perto de alguém tão belo como eu?
O chefe respondeu calmamente:
- Pobre cisne de coração vazio, ainda não aprendeste que a beleza de nada vale se o coração não for aberto aos outros? O pato é divertido, simpático e amigo de todos, ao contrário de ti.
MORAL da HISTÓRIA: Um amigo mede-se pelo tamanho do coração e não pelo tamanho da beleza.
G. C. | 5.º A
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião |
Trabalho realizado pela professora Raquel Sebastião |
As FÁBULAS «A Cigarra e a Formiga», «O Leão e o Rato»,
«A Raposa e a Cegonha», «A Lebre e a Tartaruga», «O Burro carregado de Sal e o Burro
carregado de esponjas», «O Corvo e a
Raposa» são bem conhecidas de todos os alunos do 5.º ano, agora que acabaram de as estudar nas aulas da disciplina de Português.
O que os alunos não sabiam era
que, enquanto afanosamente se dedicavam a trabalhar estes textos nas suas
aulas, a equipa da Biblioteca preparava uma surpresa para todos…
Ora acontece que, entusiasmada
com a avaliação muito positiva da exposição «Encontrar o Outono nas Folhas das Árvores... e dos Livros» que, generosamente, muitos lhe quiseram fazer
chegar, a equipa da Biblioteca continuou a «caçar inutilidades», isto é, a
colecionar folhas de outono, e a Professora Raquel a fazer trabalhos
assombrosos, agora com um pedido muito especial e verdadeiramente desafiante:
que das folhas nascessem animais!
Trabalho realizado pela professora Raquel Sebastião |
Trabalho realizado pela professora Raquel Sebastião |
A partir destes belos animais, que os alunos adoraram, a equipa da Biblioteca dinamizou Oficinas de Escrita e, no final de uma animadíssima, exigente e muito trabalhosa sessão, os alunos do 5.º D tinham criado, coletivamente, esta fabulosa fábula:
A NOSSA FÁBULA
No tempo em que os animais
falavam e não havia poluição, começava um novo dia. O sol brilhava num céu
limpo, os pássaros chilreavam e o dia chegava mais colorido.
– Ah! Hoje o meu pelo está tão
sedoso! – suspirava a raposa.
Estava a raposa entretida nestes
pensamentos, quando se aproxima um ouriço.
– O que é que um ser feio e espinhoso como tu
faz numa floresta tão bela quanto eu?
– Os meus espinhos são úteis para me defender
dos predadores! – explicou o ouriço.
Passados uns dias, a nossa raposa
saltitava pela floresta em busca de comida. Nisto, é avistada por um caçador…
– Bingo! Aquela é uma raposa com um pelo muito
belo, magnífico! Vai valer uma fortuna!
O caçador faz pontaria e…
– Ui! Ai! Ui! – gritou o caçador agarrando-se
ao pé e falhando o tiro.
O ouriço afastou-se, sentindo-se
vitorioso e feliz. A raposa fugiu a sete pés, mas ainda ouviu uma gralha
grasnar:
– Raposa, não julgues os outros
pela aparência!
25/11/2020
TEXTO
COLETIVO ELABORADO PELO 5.º D
OFICINA DE ESCRITA DINAMIZADA PELA BIBLIOTECA ESCOLAR
E da OFICINA de ESCRITA com os alunos do 5.º A nasceram muitos textos...
Vamos começar por divulgar estas pequeninas maravilhas:
Trabalho realizado pela professora Raquel Sebastião |
OS PINTAINHOS COZINHEIROS
Estavam dois pintainhos na sua
casa, quando decidiram visitar uma cegonha que era famosa por ser muito alta e
ter um bico muito comprido. Quando chegaram lá, perguntaram:
– Olá, cegonha, o que estás a fazer?
– Estou a fazer uma sopa – respondeu a cegonha.
– Que giro, podemos fazer também?
– Vocês? Mas vocês nem ao caldeirão chegam! –
exclamou a cegonha, soltando gargalhadas.
– Pois, mas se pusermos aqui um banquinho, tu
vais querer comer esta sopa até ela acabar!
– Hum, então está bem, eu desafio-vos para um concurso de culinária!
– Desafio aceite! – exclamaram os
pintainhos ao mesmo tempo.
Como a cegonha tem um bico muito comprido, desajeitou-se e acabou por deitar demasiado sal. Quando chegou a hora de provar a sopa, os elementos do júri afirmaram, com toda a certeza, que a melhor sopa era a dos pintainhos.
A cegonha, é claro, ficou de boca aberta… Bom,
de “bico aberto”!
Moral da história: Não julgues os
outros pela aparência.
F. L. | 5.º A
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião |
O LEÃO e a CEGONHA
Era uma vez um leão que vivia na selva. Ele era o rei dos animais e um dos seus súbditos era a cegonha.
Numa manhã de primavera, o leão disse à cegonha:
- Vai ao local onde pastam as zebras para as informar das novas leis!
A cegonha achava que ele era muito exigente, pois estava sempre a mandá-la para aqui e para ali. Um certo dia, decidiu elogiá-lo muito...
O leão gostou tanto de ouvir os elogios que só conseguia pensar nisso, deixando de cuidar do seu reino e passando a ser o leão mais vaidoso, preguiçoso e comilão da selva. A selva ficou uma confusão, porque não havia ninguém para liderar os animais.
Enquanto preguiçava, o leão lembrou-se do que a mãe lhe costumava dizer:
- Meu filho, nunca deixes de dar o teu melhor!
Foi assim que o leão percebeu que não devia dar ouvidos ao elogio e decidiu retomar o reino da selva.
Não se esqueçam, não se deixem levar pelos elogios…
C. F. | 5.º A
|
O ELEFANTE e o PINTAINHO
Estava uma belo dia de sol e um pintainho andava a passear até que chocou contra um elefante.
Esse elefante virou-se para trás e disse:
- Vê por onde andas, pequenote!
- Desculpa…
- Como é que um animal tão pequeno pode ter sentimentos?
- Claro que tenho, sou igual a ti, mas mais pequeno!
- Pois, eu sei… Tão pequeno que não serves para nada.
Passados alguns dias, o pintainho deparou-se com o elefante. Ia para falar com ele, mas ficaram os dois presos numa armadilha. O pintainho, como era pequeno, conseguiu escapar, mas o elefante não. Então suplicou:
- Por favor, ajuda-me, não consigo sair!
- Não te devia ajudar, porque disseste que eu não servia para nada, mas… é sempre bom ajudar!
O pintainho ajudou-o e o elefante pediu desculpa.
Moral da história: não devemos gozar com os outros pelo seu tamanho e aspeto.
T. B | 5.º A
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião |
O LOBO e a RAPOSA
Era uma vez, no tempo em que os animais falavam, um aldeão que foi à pesca e apanhou muito peixe. Uma raposa muito matreira viu o peixe e, quando o homem não estava a olhar, roubou-o.
A raposa, depois de ter o seu petisco, foi para os arbustos comer, muito contente. Um lobo, que andava à procura de comida porque estava muito frio e tinha muita fome, viu a raposa a comer e perguntou muito espantado:
- Como é que conseguiste tanto peixe?
- Fui ao rio, coloquei a cauda na água e esperei – disse a raposa, muito orgulhosa…
Então o lobo fez o mesmo. Foi ao rio, pôs a cauda na água e esperou, esperou, mas nada aconteceu.
Pouco tempo depois, uns aldeões apareceram para afugentar o lobo. Ele estava com muito medo porque a cauda tinha congelado no rio e, pobre do lobo, ficou sem cauda.
Já a raposa foi a casa de um aldeão para roubar um pouco de pão ainda por cozer e pôs na cabeça, como se fosse uma ferida muito grande.
Depois voltaram a encontrar-se, o lobo sem cauda e a raposa com uma ferida a fingir:
- Lobinho, meu amigo, leva-me até casa, porque tenho uma ferida muito grande, como podes ver! – exclamou a raposa, baixando a cabeça. - Lobinho, meu amigo, ajuda-me!
O lobo, não se apercebendo de que era tudo mentira, fez o que a raposa lhe pediu e lá foram, o lobo sem cauda e a raposa nas suas costas a lambuzar-se toda com a massa do pão.
Não caias no conto do vigário, porque não sabes o que pode acontecer!
V. B. | 5.º A
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião |
Um dia, andava um cão perdido na floresta, porque tinha fugido de casa. Queria encontrar alguém que o conseguisse ajudar, mas ninguém conseguia, pois não sabiam onde era a sua casa. Até que encontrou um leão que lhe perguntou:
- O que é que se passa?
- Estou perdido. Ajudas-me?
- É óbvio que não. Ninguém te mandou sair de tua casa sem estares preparado para enfrentar qualquer obstáculo.
Entretanto, apareceu o dono do cão que andava à sua procura e lhe deu uma salsicha fresca à frente do leão, que exclamou:
- Sortudo! Tens comida para comer!
- É uma vantagem de ser um animal doméstico – esclareceu o cão.
O cão foi-se embora com o dono e o leão virou costas e foi brincar.
Quando o leão chegou ao pé do melhor amigo, perguntou:
- Queres brincar comigo?
- Não, porque foi muito feio aquilo que disseste àquele cão salsicha.
O leão foi ter com a mãe, que também tinha visto aquela cena, e ela disse:
- Como toda a gente sabe, todos têm os mesmos direitos; por isso, toma este bocado de carne.
Independentemente de sermos diferentes, temos todos os mesmos direitos.
C. T e J. G. | 5.º A
No início de setembro, J. Tolentino Mendonça publicou um assombroso
texto, no qual, a dado passo, nos conta que, graças à luminosa orientação da
sua professora, num dos primeiros anos de escola, “encontrar o outono nas folhas” se tornara para ele “uma tarefa
pessoal importantíssima e depressa aquelas folhas amareladas e vermelhas, como
se fixassem em si uma labareda, vieram a ser a [sua] primeira coleção, para
desconcerto dos [seus] irmãos e primos, que seguiam com ironia e desespero
aquele [seu] súbito arrebatamento de caçador de inutilidades.”
Inspirada pelo poderoso exemplo
que Tolentino Mendonça nos dá no seu texto, a equipa da biblioteca, consciente
do enorme privilégio que é trabalhar numa escola rodeada de árvores e de cor, qual
“caçadora de inutilidades”, procurou, também ela, encontrar o outono nas folhas
das árvores… e dos livros.
Nestes tempos agrestes e
cinzentos que vivemos, quisemos partilhar com todos a nossa vontade de CELEBRAR A VIDA, HONRANDO A NATUREZA.
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião |
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião |
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião |
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião |
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião |
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião |
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião |
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião |
Trabalho realizado pela Professora Raquel Sebastião |
Rapariga com brinco de pérola, Vermeer | POA Estudio |
Quando, no atual contexto de
máscaras e medos, mudanças e distâncias, os alunos são convidados a refletir sobre a
enorme importância de saudavelmente aprendermos todos a “ouvir o olhar” dos outros (apropriando-nos das prodigiosas palavras
de Fernando Pessoa), os resultados são surpreendentes e dignos de registo…
«Uns tempos antes do início das
aulas, corriam rumores de que seria obrigatório o uso de máscara. Diziam que teríamos
de a utilizar sempre, a não ser que estivéssemos a comer…
Questionei-me a mim mesmo sobre
como é que conseguiria ler as expressões faciais dos meus professores, sabendo
que a máscara ocupa a cara toda, menos os olhos.
Estes rumores chegaram à minha
avó que me disse, sábia e tranquilamente, que eu teria de aprender a famosa
técnica de “ouvir o olhar”.»
«Era o primeiro dia de aulas e
tinha entrado uma nova aluna na turma.
Antes de entrar na primeira aula,
tentei falar-lhe, mas ela afastou-se, todas as vezes. Toda a gente parecia
achá-la muito estranha, pois ainda não tinha dirigido uma palavra a ninguém
durante toda a manhã.
Já na hora do almoço, decidi
tentar outra vez. Fui-me sentar ao pé dela, para ver se conseguia arrancar-lhe
alguma coisa.
Depois de me ouvir,
pacientemente, levantou-se e, antes de ir embora, disse-me:
- Em vez de falar, eu prefiro ouvir o olhar.»
«Pois é, meus filhos, não sei se sabem, mas, no longínquo ano de 2020, quando eu tinha apenas 14 anos, houve uma pandemia, a “Covid-19”. Matou milhares de pessoas e, para baixar as probabilidades de infetarmos ou sermos infetados por outros, tínhamos de usar máscara.
No início, foi-me muito difícil entender a expressão das pessoas ou perceber aquilo que diziam, mas habituei-me…
Felizmente, a pandemia trouxe-me algo muito importante: como só podíamos ver os olhos das pessoas, com o tempo, aprendi a ouvir o olhar. E, acreditem, sabermos como as pessoas se sentem, sem que elas tenham de o dizer, é muito vantajoso…»