No âmbito da disciplina de História, alguns alunos da turma C do 9.º ano realizaram trabalhos de pesquisa sobre o Estado Novo. Um dos grupos entendeu que a concretização desse trabalho deveria passar pela organização de uma exposição de documentos e realização de uma sessão na Biblioteca da Escola, para a qual convidaram a professora Lurdes Santos, docente que os acompanhou ao longo de todo o 1.º Ciclo, e o professor João Ferreira, docente da disciplina de História nos 7.º e 8.º anos. Foi assim que, no dia 4 de Junho, pelas 15 horas, antigos professores e actual docente da disciplina responderam a todas as perguntas colocadas pelos alunos, que assim viram esclarecidas algumas das suas dúvidas acerca deste longo período da vida do nosso país.
Um dos aspectos mais curiosos da sessão resultou da leitura expressiva de textos seleccionados pelos manuais adoptados nesse período, poderosos e eficazes veículos de difusão da ideologia vigente.
No final da sessão, um dos alunos leu um excerto da obra Do Cinzento ao Azul Celeste, escrita por Ana Oliveira e magnificamente ilustrada por Helena Veloso, editada em Abril de 2009.
No final da sessão, um dos alunos leu um excerto da obra Do Cinzento ao Azul Celeste, escrita por Ana Oliveira e magnificamente ilustrada por Helena Veloso, editada em Abril de 2009.
Esta obra conta-nos uma aula dos nossos dias, junto de alunos para quem a escola é “uma seca”, durante a qual a professora lhes narra uma história.
«Era uma vez o país do silêncio. Era uma vez um povo infeliz. Um país mergulhado na ignorância e no analfabetismo. Um povo proibido de pronunciar certas palavras, destruídas pelo lápis azul da censura, para não serem usadas: democracia, liberdade, igualdade…
Muitos meninos e meninas queriam ir à escola, mas só alguns tinham esse privilégio. […] Estudar era um luxo.»
A páginas tantas, a professora ganha coragem e exclama:
«Escola? Não, obrigado!
A escola não é necessária. Escola para quê?
Pessoas que vão à escola aprendem a ler.
Pessoas que lêem sabem mais!
Pessoas que sabem mais contestam.
Pessoas que contestam incomodam.
Pessoas que incomodam provocam mudança.
E mudança é coisa que uma ditadura não quer.»
Parabéns a alunos e professores por esta magnífica aula!
«Era uma vez o país do silêncio. Era uma vez um povo infeliz. Um país mergulhado na ignorância e no analfabetismo. Um povo proibido de pronunciar certas palavras, destruídas pelo lápis azul da censura, para não serem usadas: democracia, liberdade, igualdade…
Muitos meninos e meninas queriam ir à escola, mas só alguns tinham esse privilégio. […] Estudar era um luxo.»
A páginas tantas, a professora ganha coragem e exclama:
«Escola? Não, obrigado!
A escola não é necessária. Escola para quê?
Pessoas que vão à escola aprendem a ler.
Pessoas que lêem sabem mais!
Pessoas que sabem mais contestam.
Pessoas que contestam incomodam.
Pessoas que incomodam provocam mudança.
E mudança é coisa que uma ditadura não quer.»
Parabéns a alunos e professores por esta magnífica aula!
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