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A mostrar mensagens de junho, 2020

Não, não é uma "selfie"...

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Vincent van Gogh, Autorretrato , 1889 No final de um ano letivo tão estranho e exigente, corajosos alunos, inspirados pelo célebre texto poético   "Magro, de olhos azuis, carão moreno"   , famoso autorretrato de Bocage , aceitaram o desafio que lhes foi lançado de arriscarem, eles próprios, criar o seu autorretrato.  Sabiam bem que o exercício de mergulhar no espelho em que nos vemos e descobrir o que sentimos sobre nós próprios seria muito mais exigente e trabalhoso do que fazer uma "selfie"...  Destemidos, mergulharam e os resultados falam por si... Jovem, magra, de alta estatura, muito desconfiada e impaciente, o que não lhe falta é altura nem a alegria que sempre sente. De nariz médio e pele escura, possui uns bons lábios carnudos, dona de uma (mais ou menos) elegante figura, olhos pequenos, amendoados e pestanudos. Amedrontada, mas muito esperançosa, é portadora de grande vaidade, diferente, mas bastante feliz, no fulgor da sua tenra idade.       ...

Concerto Improvisado para uma Natureza Morta

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Para homenagear as vítimas dos incêndios em Portugal , o « Requiem à Floresta Portuguesa» , gravado em 2018, tem agora um vídeo, gravado no coração da tragédia. O projeto da compositora checa  Martina Vídenová  contou com a colaboração de elementos da  Orquestra Sinfónica  e do  Coro da Casa da Música . A cena passa-se no Pinhal de Leiria, um ano depois dos grandes incêndios de Pedrógão Grande. No filme, a preto e branco, os troncos queimados ainda intactos servem de cenário a um concerto improvisado para uma natureza morta. “ O Requiem é uma missa para os mortos, normalmente tocada num contexto de um funeral. Com esta forma, queria dizer que as florestas nativas portuguesas estão a morrer e não podemos ignorar isso. Depois da grande perda de vidas humanas em 2017, quis também dedicar a música às vítimas, para honrar a sua memória ”, explica  Martina Vídenová . Fonte: JN

«Camões e a Arte do Desconfinamento»

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Camões na prisão de Goa [pintura anónima de 1556] O Presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas 2020 , o Cardeal D. José Tolentino de Mendonça, proferiu hoje, dia 10 de junho , um discurso a todos os níveis memorável. Com a devida vénia, transcrevemos aqui um belíssimo excerto desse discurso brilhante e inspirador: Camões e a arte do desconfinamento "Pensemos no contributo de Camões. Camões não nos deu só o poema. Se quisermos ser precisos, Camões deixou-nos em herança a poesia. Se, à distância destes quase quinhentos anos, continuamos a evocar coletivamente o seu nome, não é apenas porque nos ofereceu, em concreto, o mais extraordinário mapa mental do Portugal do seu tempo, mas também porque iniciou um inteiro povo nessa inultrapassável ciência de navegação interior que é a poesia. A poesia é um guia náutico perpétuo; é um tratado de marinhagem para a experiência oceânica que fazemos da vida; é uma cosmograf...

Olhos nos Olhos, em Tempo de Máscaras - II

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Modigliani, Alice , 1918 [pormenor] Quantas vezes já ouviste afirmar que os olhos são “a janela da alma” ou “o espelho da alma”, querendo com isto dizer que o nosso olhar comunica de forma muito poderosa, revelando as nossas emoções, o nosso estado de espírito, os nosso segredos, ou seja, o que verdadeiramente mora no interior de cada um de nós? Ora, respondendo à nossa proposta de criação de uma história que narrasse a importância do primeiro encontro com os olhos de alguém [ver post anterior ], surgiram textos espantosos e bem diferentes: "Lá estávamos nós, mais duas almas perdidas, com os olhos escurecidos pelos nossos mundos de solidão… Encontrámo-nos por acaso e, como as duas pedras pioneiras do fogo, fizemos faísca. Logo surgiu uma chama dentro de nós, que dava cor e luz aos nossos olhos e mundos feitos de negrume. Porém, enquanto a minha chama ia crescendo, a tua ia desvanecendo e os teus olhos ficando mais e mais escuros. Foi naquela noite, quando a tua escuridão clareo...

Olhos nos Olhos, em Tempo de Máscaras

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Modigliani, Alice , 1918 [pormenor] Quantas vezes já ouviste afirmar que os olhos são “a janela da alma” ou “o espelho da alma”, querendo com isto dizer que o nosso olhar comunica de forma muito poderosa, revelando as nossas emoções, o nosso estado de espírito, os nosso segredos, ou seja, o que verdadeiramente mora no interior de cada um de nós? Imagina, agora, que te pediam que criasses uma história, com 80 a 100 palavras, na qual narrasses o primeiro encontro com alguém de cujos olhos gostes muito... A Eduarda , destemida,   contou-nos uma história deliciosa: Ele andava sempre a observar-me, eu sentia... Ignorei.  Semanas, meses passavam, e todos os dias sentia aqueles olhos presos em mim,  não sendo eu a única a reparar. Lembro-me de me dizerem para fazer alguma coisa, que aquilo já se tornara assustador. Mas, com o passar do tempo, fui-me habituando e, sinceramente, até gostava daquela pequena atenção. Um dia, no entanto, decidi que bastava e olhei-o nos ...

«E tudo era possível...»

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Assinalando, da forma possível, hoje, 1 de junho , o Dia Mundial da Criança , relembramos aqui a visita dos intrépidos alunos do 2.º ano da EB1 de Fala que, no dia 10 de março, a escassos dias do encerramento das escolas, cheios de curiosidade, perguntas e entusiasmo, nos visitaram, a fim de explorarem o espaço da Biblioteca, conhecerem os direitos e os deveres dos seus utilizadores, descobrindo todas as suas funcionalidades. No final da sessão, em que até houve tempo para todos assistirmos a um pequeno filme de animação sobre o poder dos livros e a enorme importância da leitura, cada aluno escolheu e requisitou um livro para levar consigo.  Este foi, sem dúvida, o momento alto da aventura… Como dizia, inspiradamente, o colega Daniel Peixoto, antigo professor do Agrupamento e grande colaborador da Biblioteca, este foi  “dia de sementeira” ...