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E DAS FOLHAS FIZEMOS HISTÓRIAS...

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  Trabalho realizado pela professora Raquel Sebastião As FÁBULAS  « A Cigarra e a Formiga », « O Leão e o Rato », « A Raposa e a Cegonha », « A Lebre e a Tartaruga », « O Burro carregado de Sal e o Burro carregado de esponjas », « O Corvo e a Raposa » são bem conhecidas de todos os alunos do 5.º ano , agora que acabaram de as estudar nas aulas da disciplina de Português. O que os alunos não sabiam era que, enquanto afanosamente se dedicavam a trabalhar estes textos nas suas aulas, a equipa da Biblioteca preparava uma surpresa para todos… Ora acontece que, entusiasmada com a avaliação muito positiva da exposição « Encontrar o Outono nas Folhas das Árvores... e dos Livros »  que, generosamente, muitos lhe quiseram fazer chegar, a equipa da Biblioteca continuou a «caçar inutilidades», isto é, a colecionar folhas de outono, e a Professora Raquel a fazer trabalhos assombrosos, agora com um pedido muito especial e verdadeiramente desafiante: que das folhas nascessem animai...

«Doce e modesta, a castanha»

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«[...] Mas o fruto dos frutos, o único que ao mesmo tempo alimenta e simboliza, cai dumas árvores altas, imensas, centenárias, que, puras como vestais, parecem encarnar a virgindade da própria paisagem.  Só em novembro as agita uma inquietação funda, dolorosa, que as faz lançar ao chão lágrimas que são ouriços. Abrindo-as, essas lágrimas eriçadas de espinhos deixam ver numa cama fofa a maravilha singular de que falo, tão desafetada que até no próprio nome é doce e modesta –  a castanha. Assada, no S. Martinho, serve de lastro à prova do vinho novo. Cozida, no janeiro glacial, aquece as mãos e a boca de pobres e ricos. Crua, engorda os porcos, com a vossa licença.[...]» Miguel Torga, Um Reino Maravilhoso (1941)

Encontrar o outono nas folhas das árvores… e dos livros

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  No início de setembro, J. Tolentino Mendonça publicou um assombroso texto, no qual, a dado passo, nos conta que, graças à luminosa orientação da sua professora, num dos primeiros anos de escola, “ encontrar o outono nas folhas ” se tornara para ele “uma tarefa pessoal importantíssima e depressa aquelas folhas amareladas e vermelhas, como se fixassem em si uma labareda, vieram a ser a [sua] primeira coleção, para desconcerto dos [seus] irmãos e primos, que seguiam com ironia e desespero aquele [seu] súbito arrebatamento de caçador de inutilidades.” Inspirada pelo poderoso exemplo que Tolentino Mendonça nos dá no seu texto, a equipa da biblioteca, consciente do enorme privilégio que é trabalhar numa escola rodeada de árvores e de cor, qual “caçadora de inutilidades”, procurou, também ela, encontrar o outono nas folhas das árvores… e dos livros. Nestes tempos agrestes e cinzentos que vivemos, quisemos partilhar com todos a nossa vontade de CELEBRAR A VIDA, HONRANDO A NATUREZA ...

Aprender a «Ouvir o Olhar»

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  Rapariga com brinco de pérola ,  Vermeer | POA Estudio Quando, no atual contexto de máscaras e medos, mudanças e distâncias, os alunos são convidados a refletir sobre a enorme importância de saudavelmente aprendermos todos a “ ouvir o olhar ” dos outros (apropriando-nos das prodigiosas palavras de Fernando Pessoa), os resultados são surpreendentes e dignos de registo…   Aqui ficam apenas alguns exemplos, hoje, Dia Internacional das Bibliotecas Escolares, lembrando-nos a todos que estes novos tempos que vivemos nos exigem, cada vez mais, que sejamos bons leitores do mundo. «Uns tempos antes do início das aulas, corriam rumores de que seria obrigatório o uso de máscara. Diziam que teríamos de a utilizar sempre, a não ser que estivéssemos a comer… Questionei-me a mim mesmo sobre como é que conseguiria ler as expressões faciais dos meus professores, sabendo que a máscara ocupa a cara toda, menos os olhos. Estes rumores chegaram à minha avó que me disse, sábia e tranquilame...

"O que hoje não sabemos, amanhã saberemos" (Garcia de Orta, 1563)

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Museu da Farmácia (Lisboa) | Pedro Loureiro Máscara da Peste Negra «No século XIV, a Europa conheceu uma das doenças que mais marcou a história da humanidade, afetando milhões de pessoas em todo o continente: a peste negra.  A peste negra, numa primeira fase, era transmitida através dos ratos e das pulgas infetadas, que propagavam a doença quando entravam em contacto com os seres humanos. Numa segunda fase, passa a ser transmitida por espirros e tosse, o que potenciou a sua capacidade de transmissão, levando esta pandemia a dezenas de milhões de pessoas, ao redor do mundo.  Embora a primeira pandemia da peste negra na Europa date do século XIV, será apenas no século XVII que um médico francês, Charles de Lorme, vai criar um traje para o médico da peste negra. Esta peça de vestuário caracterizava-se por um manto preto, que cobria todo o corpo de forma a proteger aqueles que o vestissem. A cabeça era coberta com uma máscara negra que tinha a particularidade de ter um bico no qua...

GRETA THUNBERG vence Prémio Gulbenkian para a Humanidade

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Fotografia de M. Wilson «A jovem ativista sueca Greta Thunberg venceu o Prémio Gulbenkian para a Humanidade , no valor de um milhão de euros, que quer distinguir projetos inovadores dedicados às alterações climáticas . É a primeira edição de uma distinção que quer recompensar “ novas ideias que contribuam para melhorar o futuro do planeta ”. Este ano, na sua primeira edição, o prémio é dedicado às alterações climáticas. Foram recebidas 136 candidaturas. Greta Thunberg deverá viajar até Lisboa para a cerimónia oficial de entrega deste prémio que, ao contrário de outros que lhe foram atribuídos antes, aceitou receber. Num vídeo gravado, a jovem sueca agradeceu o prémio e anunciou que o milhão de euros será doado, através da fundação com o seu nome, a diferentes organizações e projetos que tentam neste momento dar resposta à crise climática e ecológica. São ações, disse ainda, que “lutam por um mundo sustentável e para proteger o mundo natural”. De acordo com um comunicado da Gulbenki...

Não, não é uma "selfie"...

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Vincent van Gogh, Autorretrato , 1889 No final de um ano letivo tão estranho e exigente, corajosos alunos, inspirados pelo célebre texto poético   "Magro, de olhos azuis, carão moreno"   , famoso autorretrato de Bocage , aceitaram o desafio que lhes foi lançado de arriscarem, eles próprios, criar o seu autorretrato.  Sabiam bem que o exercício de mergulhar no espelho em que nos vemos e descobrir o que sentimos sobre nós próprios seria muito mais exigente e trabalhoso do que fazer uma "selfie"...  Destemidos, mergulharam e os resultados falam por si... Jovem, magra, de alta estatura, muito desconfiada e impaciente, o que não lhe falta é altura nem a alegria que sempre sente. De nariz médio e pele escura, possui uns bons lábios carnudos, dona de uma (mais ou menos) elegante figura, olhos pequenos, amendoados e pestanudos. Amedrontada, mas muito esperançosa, é portadora de grande vaidade, diferente, mas bastante feliz, no fulgor da sua tenra idade.       ...